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Notícias

Bom Princípio é um pedacinho do primeiro mundo, afirma Frei


Data de Publicação: 17 de janeiro de 2024
Crédito: Alex Steffen



Frei Marcos Juchem Junior, ou simplesmente Marquinhos como é conhecido pelos seus familiares, esteve na manhã desta quarta na prefeitura de Bom Princípio e foi recebido pelo prefeito Fábio Persch. Os traços familiares estampados na face fazem lembrar de pronto do patriarca dos Juchem, com o mesmo nome do religioso, e assim, de maneira serena foi se aproximando, falando de Bom Princípio do passado, da sua trajetória e da impressão que tem quando chega em sua terra natal:

 

– Bom Princípio é um pedacinho do primeiro mundo no Brasil!

 

A afirmativa do Frei Carmelita vem carregada de memória afetiva e muito bem embasada em sua história de vida. Conhecendo mais de 40 países, tendo vivido em Roma para seis anos, Frei Marcos é expedicionário da fé. Adota causa humanitárias e trabalha pelo mínimo de dignidade de povos menos favorecidos. E assim fez os seus relatos em 30 minutos de visita ao prefeito.

 

Cidadão Honorário de Jacareacanca, no Pará, encara terra, ar e água para chegar aos seus destinos. Centenas de quilômetros de estradas de chão batido – ou seria embarrado – não são problema para o frei.

 

– Agora com 71 anos já não é mais tão simples, mas estamos lá, levando a mensagem cristã e buscando ajudar as pessoas que enfrentam muitas restrições no seu cotidiano.

 

Em meio à Amazônia, em convívio direto com os povos indígenas, e também com animais que surgem da mata, Frei Marcos encara as dificuldades como missão de vida.

 

– Creio que a atual problemática do garimpo, é também um reflexo e consequência de uma realidade mais ampla, não só agora, mas já de muitos anos se explorando metais preciosos nos garimpos em terra firme e balsas nos rios, que agora recrudesceu, mostrando pontos críticos e delicados presentes nesta região amazônica. Digo recrudesceu, pois em 25 anos o quanto aumentou a população na amazonia, de brancos e indígenas, isto requer espaços de exploração, cultivo de alimentos, pesca, para este contingente de mais pessoas. E vejo que nestes poucos anos as pessoas precisam mais recursos para seu modo de viver no novo contexto tecnológico, energia elétrica para as aldeias, produzida com geradores, os celulares, geladeiras, motocicletas, motoserras...
É fato que o branco está garimpando muito no Estado do Pará e região norte em geral, buscando ouro, a cassiterita nesta região Sudoeste do Estado. Descobrindo o ouro na Mundurukania, o branco se meteu na área indígena, com o assentimento de alguns indígenas, o que causou uma forte divisão entre os nativos, provocando estes conflitos, enfrentamentos entre os indígenas contra e a favor do garimpo, aonde o branco com sua influência e presença com técnicas e tratores, faz uma exploração forte do ouro e cassiterita, deixando um estrago na natureza.

 

– Outra particularidade da Mundurukania, é a grande distância e as horas de viagem para os nativos virem pelos rios até Jacareacanga, alguns viajando quatro dias de rabeta, tipo de canoa… o retorno seis dias, rio acima, a fim providenciarem suas necessidades. Aqui em Jacareacanga, os indígenas fazem romarias com seus vazilhames vazios, para conseguirem combustível, solicitando ao prefeito e particulares, para retornarem as suas aldeias. São centenas de litros de combustível, que aqui não é barato.
Tudo isto requer dinheiro. Como vão ter recursos, para estas viagens e comprarem mantimentos necessários para suas aldeias?

 

O prefeito Fábio Persch presenteou o religioso com livros sobre Bom Princípio e ouviu atentamente o relato feito, afinal, o retrato por ele apresentado é de um Brasil, dentre tantos “brasis”.

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