Atendendo a convocação da Câmara de Vereadores feita na sessão do dia 28 de junho, o médico coordenador da Atenção Básica no município, Rogério Cardozo, esteve na sessão desta segunda-feira, dia 12, para falar sobre a vacinação no município. Ele representou a titular da Secretaria de Saúde, Lilian Juchem, que está cumprindo isolamento em função do marido, o prefeito Fábio Persch, ter testado positivo para Covid.
Logo no início, o médico falou sobre os três grandes desafios do Programa Nacional de Imunização: expandir o público-alvo, organizar os processos e equipes, e a sensibilização da população. Apresentou gráficos sobre o impacto das medidas de prevenção e da vacinação nos números da Covid e também levou dados atualizados da vacinação em Bom Princípio para mostrar como variam muito de um dia para o outro. “No dia 9 de julho, que foi sexta-feira, tínhamos 83,1% das doses aplicadas na população. Já no dia 12 (dia da sessão), depois de vacinarmos durante o sábado inteiro, das 8.481 vacinas que chegaram para Dose 1 e Dose 2, tínhamos aplicado 7.844 doses, o que representa 92,5% das doses que chegaram”, detalhou, ressaltando que as vacinas que chegam para segunda dose só podem ser usadas para a segunda dose.
Rogério ressaltou também que tudo é registrado detalhadamente, e que a informatização total da Saúde vem acontecendo de forma intensa há uns três anos, e que em breve tudo estará 100% sistematizado. Abriu também o link do Localizasus.saude.gov.br para mostrar como pode ser feito o acompanhamento dos dados da vacinação no município, “embora nem sempre estejam totalmente atualizados conforme a realidade do município”.
Nenhuma vacina vencida
Questionado sobre a devolução de vacinas, o médico apresentou uma nota fiscal de 90 doses que foi devolvida ao Estado para repassar a outros municípios, não porque estivessem vencidas, mas porque o Estado exigiu que Bom Princípio repassasse as doses 2 para quem não tivesse doses para aplicar a segunda dose da Coronavac. “Nenhuma vacina venceu aqui no município, mas como tínhamos 90 vacinas para aplicação em Dose 2 – e que só poderiam ser para Dose 2 – tivemos que devolvê-las. Fomos obrigados, porque aqui estavam sobrando e em outros municípios, faltando. É um ato de humanidade e até de civismo. E isso ocorreu porque as pessoas infelizmente não procuraram a UBS para receber sua segunda dose”, lamentou Rogério, destacando que não se pode obrigar as pessoas a se vacinarem.
“As pessoas têm a data da vacinação na carteirinha, os agentes de saúde avisam, as redes sociais noticiam, tem informações a toda hora nos jornais e rádios, mas cabe a cada um ir ao posto de saúde para receber a sua dose. Eu gostaria de ter vacinado todos, mas não temos nenhum poder de obrigatoriedade da vacina. No momento, ela é voluntária. Não podemos obrigar ninguém”, enfatizou.
Por fim, respondeu ainda a uma indicação feita na noite por vereador da oposição, que pedia a lista completa de todos que foram vacinados com a Jansen. “Já adianto que este é um pedido que não podemos providenciar, porque isso não é permitido por lei. Seria quebra de sigilo, expõe a pessoa. Se as pessoas não divulgarem por conta, nós não podemos divulgar. Compartilhar de forma pública seria uma ilegalidade. Não podemos fazer isso”, justificou.
Agradecendo o espaço disponibilizado pela Câmara para esclarecer as dúvidas sobre vacinação, o médico enalteceu o interesse dos vereadores na vacinação e aproveitou para falar da corresponsabilização de todos, pedindo que todos ajudem a divulgar a importância da vacinação, que ajudem a avisar as pessoas para que todos recebam sua imunização.
“Nosso objetivo sempre foi diminuir o ritmo do contágio, e isso passa inevitavelmente pela vacinação. A Secretaria está sempre de portas abertas, queremos ouvir a opinião de todos”, disse. Por fim, aproveitou o momento para convidar os vereadores para a Audiência Pública sobre Saúde que se realiza no próximo dia 22. Disse que a Secretaria quer ouvir as sugestões ou críticas, e que todos os vereadores receberão um convite oficial para participar do evento.
