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Notícias

Prefeito é convidado para os 100 anos de Puerto Rico


Data de Publicação: 27 de setembro de 2019
Fotos: Alex Steffen
Crédito: Alex Steffen



A história de Puerto Rico, em Misiones, na Argentina, tem ligação fortíssima com Bom Princípio, afinal, os seus primeiros moradores eram oriundos da pequena colônia gaúcha. Assim, no ano passado, por proposição do vereador Dárcio Schneider, e aprovação de todos os edis, foi definida Puerto Rico como cidade irmã de Bom Princípio. O mesmo ocorreu na Argentina onde o povo reconhece as suas origens. Durante a Festa do Moranguinho, um morador de Puerto Rico, de nome Gregório Rauber, trouxe a Bom Princípio um convite para o centenário da cidade, assinado pelo prefeito Federico Neis. Gregório, que é empresário, esteve na região visitando amigos e parentes, e aproveitou para fazer uma visita ao prefeito de Bom Princípio esperando que haja reciprocidade em novembro próximo.

Os atos de celebração do centenário acontecerão em 15 de novembro, de modo que o executivo de Bom Princípio se fará representado, podendo também ir à cidade irmã o Coro Masculino, afinal, já existe estreita relação de amizade entre os coralistas das duas cidades.

O prefeito Fábio repassou aos visitantes materiais de Bom Princípio, dentre eles uma revista que faz um apanhado sobre a saída do Rio Grande do Sul rumo à Misiones, há um século. Recebeu em contrapartida materiais vindos da cidade argentina.

Quando da recepção, estiveram presentes representantes do Coral Masculino de Bom Princípio, além do vereador Reges Junges, e seu pai, Paulo, que também já foi vereador no município. Ainda que tivesse sido de surpresa, não estando na agenda oficial do município, foi possível encaixar entre os compromissos do prefeito Fábio que recebeu os visitantes em seu gabinete.

Por novas terras

Puerto Rico, na província de Misiones, na Argentina tem muito mais em comum com Bom Princípio do que se pode imaginar. Quando se visita, ainda que virtualmente, a cidade, se tem a nítida impressão de se estar nas colônias do vale do Caí, pois o dialeto Hunsrück, por lá, também, é praticado.
Mas como podem eles falar o mesmo dialeto que nós se a colônia é de espanhóis. Pois bem, ledo engano, a colônia teve fundamental participação de imigrantes vindos do Brasil, mais precisamente, de Bom Princípio.
Pedro Kuhn, nascido em Bom Princípio em 16 de fevereiro de 1886 e bisneto do imigrante Johann Paul, deu origem ao ramo argentino dos Kuhn. Com a esposa Emma Catharina Alles, nascida em 1888 Bom Princípio, e seis filhos migrou para a Argentina em abril de 1920, estabelecendo-se como agricultor em Puerto Rico. O casal teve 11 filhos no total e estima-se que seus descendentes somam hoje mais de 300. Pedro Kuhn faleceu em Puerto Rico em 27 de julho 1965 e Maria Alles, em 6 de maio de 1971.
Em Puerto Rico e nas colônias vizinhas (Capioví, Mbopicuá, Capioviciño e Garuhapé) vivem hoje inúmeros descendentes de famílias pioneiras chegadas do Rio Grande do Sul a partir de 1920. Entre elas, além dos Kuhn, podem ser citadas: Aegerter, Alles, Baumgratz, Brand, Bernardy, Bischof, Bogorni, Borgmann, Dapper, Feldmann, Freiberger, Frölich, Gossler, Graef, Groth, Hahn, Hartmann, Hillebrand, Hippler, Heck, Held, Hentz, Johann, Kaspari, Klein, Kunrath, Krindges, Loch, Luft, Lunkes, Nedel, Neis, Rambo, Rauber, Reckziegel, Reis, Reichert, Rockenbach, Rosenbach, Schardong, Scherf, Schoffen, Schlindwein, Schumacher, Seewald, Seidel, Simon, Stoelben, Strieder, Thomas, Vier, Vogt, Weber e Welchen.
Por lei, assinada em ambos os municípios, confirma-se que Bom Princípio e Puerto Rico são geminados, afinal, foram os moradores egressos de Bom Princípio que colonizaram, a 100 anos, a cidade argentina.
Os laços passaram a se estreitar com apresentações do Coral Masculino de Bom Princípio na região de Missiones.
Em 2014, o jornalista José Carlos Flach, então atuando pelo jornal bom-principiense Primeira Hora, esteve em Misiones, inclusive em Puerto Rico, e relatou algumas das histórias daquele povo. E claro, os recuerdos imigrantistas também foram rememorados.
Os relatos mais antigos remetem à primeira grande guerra, que terminou em 1919. A partir dali, como o Brasil havia declarado guerra a Alemanha, a situação para os descendentes ficava cada vez mais complexa. Muitos, que mal falavam português, viram os únicos meios de comunicação que tinham – os jornais em alemão – saírem de circulação. Eram perseguidos. Assim, para facilitar a saída do Brasil, foi criada a Companhia Colonizadora Alto Uruguai. Esta facilitava o trâmite dos teuto-brasileiros, tanto aqueles que iam ao oeste catarinense quando aos que emigravam para a Argentina e ao Paraguai.
Muito interessante nesta proximidade cultural é perceber que, um século depois, ainda é possível se comunicar em dialeto hunsrück com os residentes em Puerto Rico. O idioma tem algumas variações, mas está bastante vivo.
Os laços entre Bom Princípio e Puerto Rico passaram a se estreitar através do Coro Masculino de Bom Princípio. E assim, unindo vozes e o dialeto a cultura haverá de sobreviver por longos anos.

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